Promover uma educação que reconhece e valoriza todas as identidades é um compromisso que exige preparo, sensibilidade e formação contínua. A Fundação Abrinq, por meio do Programa Creche para Todas as Crianças e do Projeto Brincar, promove formações que apoiam educadores de diferentes regiões do país a transformar suas práticas e fortalecer ambientes mais inclusivos, acolhedores e equitativos.
Esses processos formativos ampliam repertórios, reorganizam olhares, despertam consciências e criam condições para que cada criança cresça sabendo que sua história importa.
Formações que transformam práticas e ampliam perspectivas
As formações oferecidas pela Fundação Abrinq são planejadas para apoiar educadores no desafio diário de construir uma escola justa, democrática e comprometida com o desenvolvimento integral da infância. Tanto no Programa Creche para Todas as Crianças quanto no Projeto Brincar, o foco é aproximar teoria e prática, fortalecendo o trabalho pedagógico e aprofundando a compreensão sobre o papel social das instituições de educação.
Segundo Ana Medeiros, líder do Programa Creche para Todas as Crianças e Projeto Brincar, uma das chaves dessa transformação está no brincar. Para ela, “na educação infantil, o ato de brincar é fundamental para o desenvolvimento biopsicossocial da criança. O lúdico neutraliza preconceitos, aproxima diferenças e valoriza o senso de pertencimento, o respeito mútuo e a autoestima.”
Nas formações do Projeto Brincar, estratégias pautadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e na prática pedagógica são utilizadas para mostrar que brincar é, antes de tudo, um recurso intencional. “Por meio da fundamentação teórica, os profissionais refletiram sobre suas práticas e foram estimulados a ressignificar o ato de brincar como proposta pedagógica”, explica Ana.
E o resultado aparece rápido:
- relações sociais mais saudáveis;
- mais criatividade e autonomia;
- avanços na motricidade;
- maior concentração;
- profissionais mais engajados entre si.
No Programa Creche para Todas as Crianças, outro aspecto se destaca. Para Ana, “a transformação dos espaços físicos sensibiliza profundamente as equipes pedagógicas. Ambientes acolhedores e interativos favorecem aprendizagens significativas, socialização e bem-estar, pilares fundamentais da primeira infância.”
As escolas que passam pelas formações também tendem a valorizar a formação continuada, priorizando o aperfeiçoamento de professores e coordenadores. “Isso qualifica a prática pedagógica e traz impactos reais para a rotina e para o desenvolvimento das crianças”, afirma Ana.
Ao resumir o papel do Projeto Brincar na promoção de uma educação mais justa, Ana reforça: “o projeto permite que cada criança se desenvolva a partir de suas possibilidades e descobertas. Ao brincar, todas têm espaço para se expressar e construir conhecimentos. Assim, a educação se torna mais justa, inclusiva e equitativa.”
Por que a educação antirracista é essencial nas escolas?
A perspectiva antirracista vem sendo incorporada às formações da Fundação Abrinq de maneira transversal, não como tema isolado, mas como elemento essencial da qualidade educacional. Esse entendimento fica evidente nas palavras de Silvana Ferreira Silva, diretora da Creche Municipal Beatriz Machado Barreto Lima, em Neópolis – SE.
Participar das formações, segundo ela, foi fundamental: “Ampliou minha compreensão sobre o papel social da creche e sobre a responsabilidade que temos em promover uma educação que valorize todas as identidades. Educar de forma antirracista não é um tema adicional, mas parte fundamental da qualidade educacional.”
Silvana percebe mudanças claras entre os educadores após os encontros formativos. “Eles passaram a adotar uma postura mais consciente e reflexiva. As relações dentro da creche tornaram-se mais acolhedoras, e as crianças passaram a se sentir reconhecidas e pertencentes.”
Para ela, a importância da educação antirracista é inegociável. “O racismo está presente estruturalmente na sociedade e impacta diretamente o desenvolvimento de crianças e adolescentes. A formação contínua garante que o tema não apareça apenas em datas comemorativas, mas se torne parte permanente da prática pedagógica.”
Um dos momentos mais marcantes das formações, segundo a diretora, foi refletir sobre representatividade nos materiais pedagógicos. “A ausência de referências influencia a construção da identidade das crianças. Aquilo que não é visto não é lembrado. Isso me fez repensar livros, imagens, músicas e exemplos usados em sala. Essa consciência transformou minhas escolhas pedagógicas.”
Silvana destaca que a prática antirracista é construída no cotidiano, nos detalhes, e que cada educador tem a chance de transformar esses detalhes em oportunidades de reconhecimento e dignidade: “Ensinar é um compromisso ético e humano. Não se trata apenas de combater o racismo quando ele aparece, mas de construir diariamente práticas que valorizem a dignidade e a história de todas as crianças. Cada gesto importa.”
Uma educação que acolhe, fortalece e transforma
Ao integrar formação, reflexão e prática pedagógica, os projetos da Fundação Abrinq contribuem para a construção de ambientes onde todas as crianças e adolescentes podem aprender, brincar e se desenvolver com respeito e dignidade.
Assumir a educação antirracista como parte do cotidiano escolar é reconhecer a responsabilidade de valorizar cada história e garantir que todas as crianças sejam vistas e respeitadas. As formações têm mostrado que esse caminho é possível e transforma a forma como a escola se relaciona, ensina e acolhe.