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No Pará, professora viaja mais de 10 horas de barco para poder participar de formação da Fundação Abrinq

09/06/2017
No Pará, professora viaja mais de 10 horas de barco para poder participar de formação da Fundação Abrinq

O som do galo cantando alto ao fundo é interrompido pela voz da professora, que logo adianta para a Equipe da Fundação Abrinq que conversa com ela pelo telefone: “Já estou arrumada, pronta para pegar o barco daqui a pouquinho e ir para a escola dar aula”.

De Parintins (Amazonas), onde mora a professora Maria Crece de Sousa, até a escola onde dá aulas, em Samaúma (Pará) - a comunidade do município de Juruti fica à beira do rio Tapajós -, o único trajeto possível é o rio. Entre ela e a sala de aula, se estende uma densa porção de floresta fechada com grandes árvores e animais silvestres.

Para conseguir realizar sua profissão, Maria enfrenta um dia a dia que é cheio de lutas e dificuldades.  Na escola, onde atua com as turmas de maternal, jardim e primeiro ano dentro da mesma sala de aula, por falta de condições mais adequadas, é a própria professora quem alimenta o gerador com óleo diesel ou gasolina quando falta energia elétrica, problema comum na região. Isolada pelo rio, a escola demora em receber os livros didáticos necessários para o cumprimento do currículo escolar. O jeito, segundo ela, é “comprar o material com o dinheiro do próprio bolso junto com outros professores, pois passa muito tempo até chegar aqui”.

Para Maria, participar do projeto de formação de professores realizado pela Fundação Abrinq em parceria com o Instituto Alcoa, Ciranda do Aprender II, que teve início em abril deste ano na cidade de Juruti, no Pará, foi um grande desafio. “Foi um sacrifício e eu tive muitas dificuldades. Precisei sair de casa com dois dias de antecedência, dormir na casa de uma conhecida e viajar mais de 10 horas de barco. Não sabia se ia conseguir chegar até o final, mas ao mesmo tempo, foi muito gratificante”, lembra a educadora.

Ela conta que aprendeu uma porção de coisas novas durante a formação, como por exemplo, como construir instrumentos musicais em sala de aula que até então desconhecia. “Quando voltamos da formação para a escola as crianças ficam alegres em nos receber e já estão esperando pelas novidades, pois eu sempre digo para eles ‘estou saindo em busca de algo para vocês’. Contribuir com a educação das crianças é muito prazeroso para mim” completa com ânimo.

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