Entre 12 e 16 de novembro, Belém - PA sediou a primeira edição da Cúpula das Infâncias, iniciativa integrada à Cúpula dos Povos durante a COP30. O evento foi estruturado para reunir crianças e adolescentes de diferentes regiões amazônicas e de outros estados, oferecendo um espaço para debates, atividades educativas, apresentações culturais e construção coletiva de propostas relacionadas aos impactos das mudanças climáticas nos territórios onde vivem.
A participação de crianças e adolescentes atendidos pelo Lar Fabiano de Cristo e pelo Movimento República de Emaús foi viabilizada pela Fundação Abrinq. O apoio incluiu repasses financeiros destinados ao transporte das crianças e adolescentes até o local da programação e à compra de materiais pedagógicos utilizados nas oficinas que compuseram a agenda da Cúpula. Com esse suporte, as duas organizações garantiram a presença dos educandos nas atividades e puderam participar integralmente da programação.
Estrutura e atividades da Cúpula
A Cúpula das Infâncias ocorreu na Universidade Federal do Pará (UFPA) e foi organizada em etapas que envolveram preparação, acolhimento e protagonismo. Nos primeiros dias, as crianças e adolescentes participaram de oficinas formativas que abordaram questões ambientais, direitos da infância e experiências relacionadas ao clima em suas comunidades. As atividades incluíram rodas de conversa, leitura, pintura, jogos cooperativos, práticas de expressão artística e momentos de escuta sobre a realidade amazônica.
Além das oficinas, a programação contou com apresentações musicais, dança, teatro e práticas culturais conduzidas por grupos ribeirinhos, indígenas e projetos comunitários. Crianças atendidas pelo Lar Fabiano de Cristo e pelo Movimento República de Emaús participaram desse momento, representando suas organizações e compartilhando vivências relacionadas à rotina, à escola e às condições climáticas locais.
Como foi a Cúpula?
Ao longo dos cinco dias, os grupos infantis relataram situações presentes no cotidiano de diversas comunidades da região. Entre os temas discutidos estiveram calor intenso nas escolas, efeitos de queimadas, mudanças nos ciclos de cheias e secas, perda de áreas utilizadas para pesca e brincadeiras, além de preocupações com a instalação de empreendimentos que alteram a dinâmica dos territórios.
As informações e percepções coletadas nas oficinas foram consolidadas no processo de elaboração da Carta das Infâncias. O documento reúne reflexões e pedidos voltados à garantia de direitos, à proteção ambiental e à necessidade de políticas públicas que considerem a realidade das infâncias amazônicas. A carta foi entregue a representantes da presidência da COP30 e a autoridades brasileiras no último dia do evento, marcando o encerramento da Cúpula.
Encerramento da programação
O último dia da Cúpula foi marcado pela entrega da Carta das Infâncias, concluindo o ciclo de atividades iniciado na preparação do evento. A cerimônia reuniu participantes, representantes do poder público, pesquisadores e organizações da sociedade civil. As crianças e adolescentes presentes destacaram pontos debatidos ao longo da semana e apresentaram propostas que refletem suas experiências e preocupações sobre a vida nos territórios amazônicos.
Com a participação apoiada pela Fundação Abrinq, os grupos do Lar Fabiano de Cristo e do Movimento República de Emaús retornaram às suas atividades cotidianas levando consigo o registro da experiência e os conteúdos trabalhados ao longo do encontro. As organizações continuarão abordando os temas discutidos na Cúpula em seus espaços de convivência, ampliando a circulação das informações e fortalecendo o processo de formação de seus educandos.