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Curvelo fortalece atenção à saúde da mulher e da criança com criação de Grupo de Trabalho apoiado pela Fundação Abrinq

06/10/2025
Curvelo fortalece atenção à saúde da mulher e da criança com criação de Grupo de Trabalho apoiado pela Fundação Abrinq

Em Curvelo – MG, a parceria entre a Prefeitura Municipal e a Fundação Abrinq, por meio do Programa 1000 Dias, tem se consolidado como uma importante aliada no fortalecimento da atenção à saúde da mulher e da criança. Uma das principais conquistas desse trabalho conjunto foi a criação de um Grupo de Trabalho (GT), que reúne profissionais de diferentes áreas da rede municipal de saúde com o objetivo de discutir desafios, compartilhar experiências e construir protocolos que aprimorem os serviços prestados à população.

O grupo foi criado há cerca de seis meses, a partir do acompanhamento técnico realizado pela Fundação Abrinq no município. Desde então, o GT se tornou um espaço permanente de diálogo e construção coletiva, no qual trabalhadores e gestores pensam juntos soluções para os principais problemas enfrentados na assistência.

Segundo Sofia Barbosa, enfermeira da rede municipal e integrante do grupo, o GT nasceu da necessidade de criar um ambiente de escuta e cooperação entre os profissionais.

“A ideia era reunir pessoas que tivessem perfil para contribuir de forma mais ativa, representando diferentes pontos da rede, desde a atenção primária até a maternidade e a atenção secundária. Também buscamos envolver a gestão, para que as decisões e os encaminhamentos fossem construídos de forma compartilhada”, explica.

Logo nas primeiras reuniões, os participantes realizaram um diagnóstico coletivo utilizando a metodologia FOFA (Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças). O levantamento revelou as principais dificuldades enfrentadas no município, especialmente nas áreas de atenção à gestante, enfrentamento da sífilis e puericultura. A partir daí, o grupo foi dividido em dois eixos de trabalho, de modo a aprofundar as discussões e construir propostas mais específicas.

O primeiro eixo, voltado à vigilância em saúde, concentrou esforços nas fragilidades relacionadas ao acompanhamento das gestantes e à prevenção e tratamento da sífilis. Uma das prioridades foi a construção de um protocolo municipal de enfrentamento à sífilis, com orientações claras sobre diagnóstico, prevenção, tratamento e fluxos de encaminhamento.

Sofia explica que a falta de protocolos atualizados e padronizados era uma das principais lacunas na rede de saúde.

“O município ainda carece de protocolos organizados. Muitas orientações são antigas ou pouco conhecidas pelas equipes. O GT tem sido fundamental para estruturar esses documentos e pensar de forma conjunta o que é mais adequado à nossa realidade local”, comenta.

Entre os avanços do grupo está a articulação com a gestão para ampliar o acesso à penicilina nas unidades básicas de saúde, uma medida fundamental para o tratamento rápido das gestantes diagnosticadas com sífilis. Até então, o medicamento não era aplicado nas unidades, obrigando as pacientes a se deslocarem até o pronto atendimento.

“Isso gerava constrangimentos e dificultava o tratamento. Em alguns casos, um carro da secretaria precisava buscar a gestante em casa para levá-la até o pronto atendimento. Agora, estamos trabalhando para garantir kits de urgência nas unidades e capacitar as equipes para realizar o procedimento com segurança”, explica a enfermeira.

Com o apoio da Fundação Abrinq, o grupo vem atualizando o protocolo de pré-natal e organizando capacitações para os profissionais da rede, que abordarão desde as novas recomendações técnicas até o manejo de situações de urgência, como possíveis reações alérgicas à medicação. A expectativa é que, até o final do ano, as unidades já estejam aptas a realizar o tratamento nas próprias localidades, tornando o atendimento mais ágil e humanizado.

O segundo eixo do GT trabalha com o tema da puericultura (acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil), com foco na criação de um protocolo de atendimento. Hoje, cada unidade de saúde adota procedimentos distintos, o que gera desigualdades na atenção e sobrecarga para alguns profissionais, especialmente pediatras. O novo protocolo busca padronizar os fluxos de atendimento, definir responsabilidades e garantir que todas as crianças tenham acompanhamento adequado, independentemente do local onde são atendidas.

Para Sofia, o GT tem representado mais do que um espaço técnico de planejamento. Ele tem se tornado um ambiente de troca, aprendizado e fortalecimento do vínculo entre os profissionais.

“A gente não tem, aqui em Curvelo, uma cultura consolidada de referências técnicas na gestão. Então, o grupo vem suprindo essa lacuna. Ele nos permite pensar coletivamente sobre o que é melhor para o município e alinhar nossas práticas com as diretrizes do Ministério da Saúde”, destaca.

Desde a criação, a Fundação Abrinq tem acompanhado de perto o desenvolvimento do GT, oferecendo apoio técnico, facilitando o diálogo entre os diferentes setores e contribuindo para a consolidação das propostas. A presença contínua da equipe técnica da Fundação, especialmente durante as reuniões e oficinas, tem ajudado a manter o grupo mobilizado e a orientar a elaboração dos protocolos com base em evidências e boas práticas.

Sofia reforça que o apoio da Fundação foi determinante para que a iniciativa ganhasse força e resultados concretos:

“Desde o início, a Fundação Abrinq participou de todos os encontros, ajudando a organizar as discussões e dando suporte técnico. É uma parceria muito importante. E a nossa intenção é manter o grupo ativo mesmo depois que a parceria se encerrar, porque ele tem mostrado resultados muito positivos”.

A experiência de Curvelo mostra que a criação de espaços colaborativos e o fortalecimento da gestão participativa são estratégias eficazes para melhorar o cuidado com gestantes, bebês e crianças. Com o apoio da Fundação Abrinq, o município tem dado passos importantes para transformar sua rede de atenção e garantir um início de vida mais saudável para todas as crianças curvelanas.

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