A Fundação Abrinq lançou hoje a publicação Um Retrato da Infância e Adolescência no Brasil - 2023. Esta publicação, que tem como guia a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, visa detalhar a progressão do Brasil no cumprimento das metas estabelecidas por esta agenda, relacionando os avanços ao cenário da infância e da adolescência.
Segundo as conclusões da publicação, o Brasil encara um desafio. A análise revela uma preocupante estagnação e retrocesso em diversas áreas cruciais. Destaca-se, particularmente, a Meta 1.2 como uma das metas críticas. Observa-se uma notável estagnação no progresso entre 2016 e 2022, indicando que os esforços para melhorar as condições de vida das camadas mais vulneráveis da população não estão gerando os resultados esperados. Além disso, outras áreas críticas, como Saúde, Educação, igualdade de gênero, acesso à água potável e combate à pobreza, continuam desafiadoras.
No entanto, algumas metas também apresentaram progresso, como a 4.c, que visa assegurar que todos os professores da educação básica tenham formação específica na área de conhecimento em que atuam, promovendo a oferta de formação continuada, em regime de colaboração entre União, estados e municípios, inclusive por meio de cooperação internacional. A meta 16.1, que tem como objetivo reduzir significativamente todas as formas de violência, também apresentou melhora.
A primeira edição, lançada em 2022, proporcionou uma visão abrangente do panorama da infância e adolescência no Brasil. Agora, a segunda edição visa atualizar a análise, levando em consideração eventos significativos que moldaram o cenário nacional nos últimos anos.
Uma mudança notável neste período foi a divulgação dos primeiros resultados do Censo Demográfico de 2022, que revelou mudanças importantes, especialmente no ritmo de crescimento populacional, o mais baixo em 150 anos. A nova edição da publicação incorpora estas mudanças, destacando o seu impacto nas metas analisadas.
Além disso, a publicação também aborda, de maneira abrangente, as consequências da pandemia de COVID-19 e das medidas de contenção adotadas para mitigar seus efeitos socioeconômicos. Enquanto a edição anterior focava principalmente no período entre 2015 e 2019, a atual publicação oferece uma visão detalhada de como a pandemia afetou o desempenho do país durante os anos mais desafiadores (entre 2020 e 2021) e seus impactos de médio e longo prazos, a partir de 2022.
De acordo com Victor Graça, gerente executivo da Fundação Abrinq, “esperamos que esta publicação contribua para o diálogo com o governo federal, além de servir como um guia para a sociedade, de modo geral, sobre as ações e iniciativas prioritárias para a garantia dos direitos de crianças e adolescentes em todo o Brasil”.