A obesidade infantil continua a ser uma preocupação crescente no Brasil. De acordo com dados presentes no Observatório da Criança e do Adolescente, divulgados pelo Ministério da Saúde, 6,4% das crianças no Brasil com até cinco anos de idade encontravam-se em situação de obesidade em 2022. Isso representa mais de 399 mil crianças nesta situação, o que representa um desafio sério para a saúde pública.
Uma das abordagens para mitigar o problema é melhorar a educação nutricional nas escolas. Isso inclui não apenas fornecer informações sobre alimentos saudáveis, mas também cultivar habilidades em relação a conhecer os alimentos e leitura de rótulos. Ao capacitar as crianças com conhecimentos sobre nutrição, elas estão mais bem equipadas para tomar decisões alimentares saudáveis ao longo da vida.
Além disso, é necessário garantir que as crianças tenham acesso fácil a alimentos nutritivos. Isso envolve não apenas disponibilizar opções saudáveis nas cantinas escolares, mas também promover a acessibilidade econômica a alimentos frescos e nutritivos em comunidades de todos os níveis socioeconômicos. Fortalecer políticas públicas que garantam segurança alimentar para quem mais precisa pode ser o caminho para melhorar os índices nutricionais de crianças e adolescentes.
De acordo com Bárbara Daou, nutricionista infantil, “alguns dos principais fatores que contribuem para os índices de obesidade infantil atualmente incluem alimentação inadequada com a disponibilidade de alimentos altamente processados, ricos em açúcar e calorias vazias, um estilo de vida sedentário, aumento do tempo gasto em atividades de tela e a diminuição da prática de atividades físicas, brincadeiras ao ar livre, esportes”.
Como evitar a obesidade infantil?
Confira cinco dicas para ajudar a evitar o sobrepeso e a obesidade infantil:
1 - Promover uma dieta equilibrada: oferecer uma variedade de alimentos nutritivos, como frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e laticínios com baixo teor de gordura, pode ajudar as crianças a desenvolverem hábitos alimentares saudáveis. Evitar alimentos ricos em açúcar, gorduras saturadas e calorias vazias (com pouco ou nenhum valor nutricional) é essencial para prevenir o ganho de peso excessivo.
2 - Limitar o consumo de alimentos processados e fast-food: reduzir a ingestão de alimentos processados, ricos em gordura, sal e açúcar, e limitar as visitas a restaurantes fast-food pode ajudar a controlar a ingestão de calorias e promover escolhas alimentares mais saudáveis.
3 - Estabelecer rotinas alimentares regulares: manter horários regulares para as refeições e lanches pode ajudar a evitar excessos e a promover a sensação de saciedade. Evitar pular refeições e incentivar as crianças a comer devagar e prestar atenção aos sinais de fome e saciedade também é importante.
4 - Incentivar a prática regular de atividade física: incentive as crianças a brincar ao ar livre, praticar esportes, caminhar ou andar de bicicleta sempre que possível. Limitar o tempo de tela, incluindo televisão, videogames e dispositivos móveis, também pode ajudar a promover um estilo de vida ativo.
5 - Modelar comportamentos saudáveis: ao adotar hábitos alimentares saudáveis, fazer exercícios regularmente e manter um estilo de vida ativo, os pais podem influenciar positivamente as escolhas de seus filhos e ajudá-los a desenvolver hábitos saudáveis desde cedo.
Quais são os impactos da obesidade nas crianças?
A obesidade infantil pode ter uma série de impactos negativos nas crianças, tanto a curto prazo quanto a longo prazo. Crianças obesas têm um maior risco de desenvolver, a longo prazo, uma variedade de problemas de saúde física, incluindo diabetes tipo 2, pressão alta, doenças cardíacas, apneia do sono, problemas ortopédicos, problemas hepáticos, entre outros. Esses problemas de saúde podem comprometer a qualidade de vida e até mesmo reduzir a expectativa de vida das crianças afetadas.
Além disso, a obesidade infantil também afeta o bem-estar emocional e psicológico das crianças. Não é incomum que as crianças enfrentem bullying e estigmatização devido ao seu peso, o que pode levar a problemas de autoestima, depressão, ansiedade e distúrbios alimentares. A baixa autoestima e a imagem corporal negativa podem persistir na idade adulta se não forem abordadas.
Segundo Daou, alguns sinais de alerta incluem “ganho de peso excessivo, má alimentação, baixa atividade física, histórico familiar, mudanças emocionais e comportamentais. É importante que os pais estejam atentos a esses sinais e busquem orientação profissional para tomar medidas preventivas”.
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