
Ansiedade não é um problema exclusivo dos adultos. Crianças que apresentam medos exagerados, preocupações constantes e dificuldades para lidar com situações do dia a dia podem estar enfrentando sintomas de ansiedade. Quando não identificada e tratada, essa condição pode comprometer o desenvolvimento emocional, social e escolar.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 10 a 20% das crianças e adolescentes em todo o mundo apresentam algum transtorno mental, e a ansiedade está entre os mais comuns. No Brasil, fatores como a pressão escolar, o excesso de estímulos digitais e a rotina acelerada contribuem para o surgimento de casos.
O que é ansiedade infantil?
A ansiedade é uma reação natural diante de situações que causam medo ou insegurança. O problema ocorre quando esses sentimentos aparecem com intensidade, frequência e sem motivo aparente. Isso gera sofrimento e prejudica a rotina da criança.
Os principais sintomas de ansiedade em crianças incluem:
• Medos exagerados e persistentes;
• Preocupações constantes e difíceis de controlar;
• Irritação e choro frequente;
• Alterações no sono e pesadelos recorrentes;
• Dores de cabeça ou de barriga sem causa médica;
• Dificuldade de concentração na escola.
Muitas vezes, a criança não consegue expressar em palavras o que sente, por isso a atenção dos adultos é fundamental.
De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, os atendimentos envolvendo transtornos de ansiedade no SUS tiveram um aumento de 1575% entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, considerando o período de 2014 a 2024. Já entre os 15 e 19 anos, esse aumento foi de mais de 3300%.

Impactos da ansiedade na infância
A infância é uma fase onde ocorre grande desenvolvimento da autoestima, da aprendizagem e das habilidades sociais. Quando a ansiedade não é identificada, pode gerar dificuldades escolares, isolamento social e até problemas físicos.
Crianças com transtornos de ansiedade não tratados têm maior risco de desenvolver depressão e outros transtornos mentais na adolescência e na vida adulta. Por isso, o cuidado com a saúde emocional deve começar cedo.
Como ajudar crianças com ansiedade
Existem estratégias que podem ajudar a reduzir a ansiedade e melhorar o bem-estar infantil. Algumas delas são:
• Manter uma rotina organizada, com horários regulares para dormir, se alimentar e brincar;
• Ouvir a criança com atenção, validando seus sentimentos e oferecendo segurança;
• Incentivar atividades físicas e brincadeiras que favoreçam a socialização;
• Reduzir o tempo de exposição a telas e redes sociais;
• Buscar ajuda profissional com psicólogos ou médicos especializados em saúde mental infantil.
Cada criança é única e precisa de acolhimento individualizado. O acompanhamento especializado é essencial para orientar a família sobre os melhores caminhos.
O papel da escola no cuidado com a saúde mental
A escola é um espaço importante para identificar sinais de ansiedade infantil. Professores e equipes pedagógicas podem perceber mudanças de comportamento, como queda no desempenho, isolamento ou crises de choro. A parceria entre escola e família ajuda a oferecer o suporte necessário para a criança.
Além disso, políticas públicas que incluam a saúde mental das crianças são necessárias. É preciso garantir acesso a serviços especializados no Sistema Único de Saúde (SUS) e capacitar profissionais para atender essa demanda.
Por que falar sobre ansiedade infantil é urgente?
Falar sobre saúde mental na infância é uma forma de prevenir problemas futuros. O cuidado emocional, aliado a ambientes seguros e afetuosos, pode fazer com que as crianças cresçam mais resilientes e preparadas para os desafios da vida.
A Fundação Abrinq entende a importância de incluir o bem-estar emocional como parte dos direitos da infância. Proteger a saúde mental das crianças é um compromisso coletivo que envolve famílias, escolas, profissionais de saúde e toda a sociedade.
Infância é tempo de aprender, brincar e se desenvolver. Garantir que a ansiedade não roube essa fase é cuidar do presente e construir um futuro mais saudável.