
Durante este mês, a campanha Abril Azul chama a atenção da sociedade para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), reforçando a importância da conscientização, da inclusão e do respeito às diferenças. Segundo um estudo recente, a desinformação sobre autismo cresceu 15.000% nos últimos cinco anos nos países da América Latina e do Caribe.
Para mudar este cenário, a Fundação Abrinq, comprometida em promover os direitos de crianças e adolescentes em todo o Brasil, divulga abaixo uma explicação clara e acessível sobre o autismo na infância, respondendo perguntas frequentes que ajudam a esclarecer dúvidas e combater o preconceito.
O que é o autismo?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a maneira como a pessoa se comunica, interage socialmente, percebe o mundo e se comporta. O termo “espectro” é usado porque há uma grande variedade de manifestações, com diferentes níveis de intensidade.
Cada criança com autismo é única. Algumas podem apresentar dificuldades na linguagem verbal, outras podem se comunicar bem, mas ter desafios para lidar com mudanças na rotina ou interpretar expressões sociais, por exemplo.

Quais são os primeiros sinais de autismo na infância?
Os sinais costumam surgir nos primeiros anos de vida e variam de uma criança para outra. Entre os mais comuns, estão:
- Dificuldade em manter contato visual;
- Pouco interesse em interações sociais ou em brincar com outras crianças;
- Atraso na fala ou ausência de linguagem verbal;
- Repetição de movimentos;
- Sensibilidade intensa a sons, luzes ou texturas;
- Apego excessivo a rotinas e resistência a mudanças.
É importante lembrar que a presença de um ou mais desses sinais não significa, por si só, que a criança tem autismo. Apenas uma avaliação profissional pode confirmar o diagnóstico.
Como é feito o diagnóstico de autismo?
O diagnóstico do TEA é clínico, baseado na observação do comportamento da criança e em entrevistas com pais ou responsáveis. Geralmente, é feito por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir pediatras, neuropediatras, psiquiatras infantis, psicólogos e fonoaudiólogos. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores são as chances de a criança receber o suporte necessário para desenvolver seu potencial.
O que fazer após receber o diagnóstico?
O primeiro passo é buscar informações confiáveis e apoio emocional. Receber o diagnóstico de TEA pode ser um momento desafiador para pais e responsáveis, mas é também o início de uma jornada de acolhimento, respeito e desenvolvimento.
A criança pode se beneficiar de terapias especializadas, como fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia e intervenções comportamentais, que devem ser ajustadas às suas necessidades específicas. Também é importante contar com o apoio da escola e da comunidade, garantindo que o ambiente em que a criança vive seja inclusivo, compreensivo e seguro.

Crianças com autismo podem frequentar a escola regular?
De acordo com a legislação brasileira, crianças com autismo têm o direito de estudar em escolas regulares, com apoio especializado quando necessário. A inclusão escolar é fundamental para o desenvolvimento social, emocional e acadêmico, e deve ser acompanhada por estratégias pedagógicas adequadas. Cabe às escolas e redes de ensino garantir um ambiente acolhedor e adaptado, com formação de educadores e suporte às famílias.
Como lidar com os desafios do autismo no dia a dia?
Cada família aprende, ao longo do tempo, quais estratégias funcionam melhor para apoiar a criança. Algumas dicas importantes são:
- Criar rotinas previsíveis e seguras;
- Estimular a comunicação de forma positiva;
- Estar atento às necessidades sensoriais da criança;
- Buscar apoio em grupos de famílias, profissionais e instituições que atuam com o tema.
Mais do que tudo, é essencial enxergar a criança como um ser único, com habilidades, interesses e sentimentos próprios.
Por que falar sobre autismo é importante?
A desinformação ainda é um dos maiores obstáculos enfrentados por pessoas com autismo e suas famílias. Ao falar sobre o tema, contribui-se para o combate ao preconceito, à exclusão e à invisibilidade. O Abril Azul é uma oportunidade para refletir sobre a importância do respeito à diversidade e do direito de toda criança crescer com dignidade, inclusão e proteção.
