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Crianças e adolescentes de Campos Sales – CE têm acesso à água potável com apoio da Fundação Abrinq

Mar, 15/07/2025 - 15:32
Crianças e adolescentes de Campos Sales – CE têm acesso à água mineral com apoio da Fundação Abrinq

Campos Sales é uma cidade localizada no extremo Sul do Ceará. Com pouco mais de 27 mil habitantes, a região sofre com a seca e a falta de saneamento básico para a maior parte de sua população. 

Segundo dados do Instituto Água e Saneamento, 90,23% dos habitantes do município não têm acesso à rede de esgoto. No dia a dia, isso reflete em maiores riscos à saúde e ao desenvolvimento especialmente das crianças e dos adolescentes. 

Foi em partes por causa deste cenário que a Fundação Abrinq decidiu apoiar a Associação Comunitária do Guarani, que atende 143 crianças e adolescentes, de 6 a 17 anos, com o projeto Recompondo Aprendizagens com Arte, Educação e Cultura, voltado para a educação complementar. 

A organização, localizada em Campos Sales, participa do Programa Nossas Crianças, cujo objetivo é fortalecer organizações da sociedade civil que atendem de forma gratuita e direta crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, e recebe mensalmente o apoio técnico e financeiro da Fundação Abrinq. 

“Em 2023 conseguimos ser contemplados pelo Programa Nossas Crianças e estamos com essa parceria com a Fundação Abrinq que tem sido um verdadeiro divisor de águas para a vida das nossas crianças e da própria instituição. Quando chegou esse recurso financeiro, a gente pôde proporcionar uma alimentação melhor para as crianças, a aquisição de materiais pedagógicos, de jogos e brinquedos educativos, foi um leque de oportunidades, nós conseguimos proporcionar um crescimento integral para as crianças e os adolescentes que estão dentro da instituição, sendo beneficiados com as ações desenvolvidas com esse apoio. A parceria impactou diretamente essas crianças, porque elas começaram a ter mais oportunidades”, explica Cícera Alencar, gestora da Associação Comunitária do Guarani.

Parte do recurso financeiro destinado à organização é utilizado para a compra de água mineral para as crianças e os adolescentes atendidos. A necessidade surgiu devido à falta de acesso à água potável: parte dos estabelecimentos da região utilizam cisternas – reservatórios – que são abastecidas pela prefeitura com água de açude. No entanto, a água utilizada para o abastecimento não é apta para o consumo. Apesar de essencial, o seu uso é restrito para a limpeza da organização e utilização dos banheiros. Para que a instituição tenha acesso à água potável, ela precisa acionar um caminhão pipa que, uma vez por semana, abastece um tambor localizado na cozinha da associação, para que assim possa preparar as refeições das crianças. 

Essa não é uma realidade exclusiva da organização, boa parte das famílias atendidas também não possuem acesso à água encanada e precisam comprar, toda semana, água do caminhão pipa para que possam beber e cozinhar. Um custo alto para muitas delas.

Com o apoio da Fundação Abrinq, a Associação Comunitária do Guarani instalou um bebedouro para as crianças e os adolescentes que é abastecido com água mineral. No início, a novidade gerou tanta alegria para as crianças, que era comum vê-las enchendo suas garrafas de água para que pudessem levar para casa. Para muitas, esta talvez seja a única forma de terem acesso a água limpa. 

Além do acesso à água, as crianças e os adolescentes integrantes do projeto Recompondo Aprendizagens com Arte, Educação e Cultura participam diariamente, durante o contraturno escolar, de oficinas e aulas sobre a Língua Portuguesa e Matemática, mediadas por educadoras contratadas com o recurso da parceria com a Fundação Abrinq. Em meio às brincadeiras adaptadas para cada faixa etária, elas aprendem a tabuada, somar, subtrair, melhoram a leitura e ampliam seus repertórios enquanto se divertem. 

Fundação Abrinq - Programa Nossas Crianças
As crianças durante a oficina de Língua Portuguesa. 

 

“A maioria das crianças chegavam bem tímidas, sem conseguir interagir com os colegas, e hoje você percebe que elas se sentem à vontade. Tem criança que não conhecia os números e agora já conhece até o cinco, crianças que tinham dificuldade com multiplicação e hoje estão avançando, são fatos que fazem toda a diferença tanto na vida delas, como na nossa, de educador social, porque percebemos que estamos transformamos vidas. Como diz Paulo Freire ‘a Educação transforma pessoas’”, compartilha Tamires, educadora social de Matemática na Associação Comunitária do Guarani. 

Vitória, de 8 anos, é uma das crianças beneficiadas pela iniciativa. Antes de participar da associação, sua mãe conta que recebia, constantemente, reclamações da escola pela falta de envolvimento dela nas atividades e até mesmo pela dificuldade com a escrita e a leitura. 

“Antes só vinha reclamação da escola. Quase todo dia vinha uma reclamação que ela não estava criando no quadro, só fazia umas ‘garrancheiras’. Só fazia o nome faltando letra. Conversei com ela, chamei a atenção, mas ela está melhorando mesmo na associação. Porque as meninas ensinam, têm paciência, porque tem gente que não tem, fica gritando, humilhando, dizem que não sabe. Mas na associação, as professoras ajudam. É ótimo!”, conta Edivania, mãe da Vitória. 

Para a Simone, mãe da Cecília, de 10 anos, o projeto também proporciona alívio e até segurança para os pais, uma vez que ela e seu marido podem trabalhar tranquilos sabendo que sua filha está sendo bem cuidada. 

“Eu acho muito bom. Para mim é um sossego e um alívio, porque sei que minha filha está sendo guardada, bem cuidada, bem alimentada, porque ela adora as comidas da associação. Eu trabalho e meu esposo também, a gente vê a rua e nós sabemos que é difícil, não podemos deixar um filho sozinho em casa ou sozinho na rua, e estando na associação, eu vou trabalhar tranquila porque sei que são pessoas de responsabilidade, sei que ela não está passando nenhuma necessidade. Para mim é bom demais, é uma ajuda inexplicável”, compartilha Simone.  

Além da segurança, Simone também ressalta a importância do projeto para o desenvolvimento da Cecília: “é um complemento para o estudo. Tem ajuda nas aulas de matemática, de português, o esporte é muito bom, na associação ela está sempre se movimentando, não é sedentária”, complementa Simone. 

Fundação Abrinq - Programa Nossas Crianças
Simone e Cecília durante a visita da Fundação Abrinq. 

Além das oficinas, a associação conseguiu, com o apoio da Fundação Abrinq, contratar uma assistente social para que pudesse ter uma atuação mais direcionada para o desenvolvimento e aprendizado de cada criança e adolescente, bem como trabalhar com as famílias, entendendo assim o contexto que cada criança vivencia fora da organização. 

“Hoje temos a oportunidade de ter uma assistente social exclusiva para acompanhar as crianças e os adolescentes, temos uma pedagoga também para realizar esse acompanhamento escolar, os educadores sociais e, muitas vezes, se não tivéssemos esse apoio da Fundação Abrinq, nós não teríamos como contratá-los, porque precisamos ter o profissional dentro da instituição, mas também precisamos ter esse apoio financeiro para que possamos realmente ter um serviço de qualidade de acordo com o que o projeto propõe”, relata Cícera. 

Assim como a Associação Comunitária do Guarani, outras 37 organizações da sociedade civil, espalhadas por todo o Brasil, participam do Programa Nossas Crianças da Fundação Abrinq, que conta com a parceria da Fundação Rainer Blickle, para que possam potencializar seus projetos e qualificar o atendimento ofertado às crianças e aos adolescentes. 

Saiba mais sobre o programa aqui.

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