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Fundação Abrinq realiza encontro para falar sobre a saúde mental das crianças e dos adolescentes com educadores

Vie, 25/09/2020 - 11:24
Fundação Abrinq realiza encontro para falar sobre a saúde mental das crianças e dos adolescentes com educadores

A Fundação Abrinq realizou no início de setembro o 20ª Encontro Anual da Rede Nossas Crianças para falar sobre a saúde mental na infância e adolescência. O evento, realizado de forma online, possibilitou que profissionais de organizações da sociedade civil nas áreas da Educação, Assistência Social e Saúde pudessem entender e discutir mais sobre o tema.

A convidada, Adriana Fóz, mestre em Ciências pelo Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista em Psicopedagogia e Neuropsicologia, abordou o conteúdo sob o aspecto dos educadores em relação à promoção da saúde mental de crianças e adolescentes dentro e fora da sala de aula, com uma linguagem simples e em uma dinâmica de bate papo. Na palestra, intitulada Saúde mental de crianças e adolescentes: o que os educadores devem saber?, o público interagiu a respeito do panorama da saúde mental no cenário atual e das boas práticas que são realizadas sobre o assunto.

As mudanças, frustrações, dificuldades e os problemas com a disciplina durante o isolamento social, provocado pela pandemia, compromete não só o psicológico das crianças e dos adolescentes como também dos educadores, que estão sendo afetados diariamente pelo alto nível de cobrança e novas exigências do ensino online e a distância. 

"Com a chegada da COVID-19 a vida está mais lenta. Hoje estamos em um outro momento, ainda são muitas as mudanças, novas exigências a cada dia, novidade o tempo todo, o estresse, as angústias, o cansaço e as inseguranças. Sabemos que isso não irá passar de uma hora para outra. Inclusive, existem pesquisadores mostrando que haverá uma nova onda de um problema de saúde mental", afirma Adriana Fóz.

Segundo a especialista, treinar as habilidades e/ou competências socioemocionais como a paciência, empatia, comunicação e perseverança é muito relevante para o controle dos impulsos, das frustrações, da ansiedade e do estresse, fatores que podem contribuir para a depressão e outros transtornos da mente.

"Todos nós, com esta pandemia, ficamos próximos das nossas emoções. Por isso, a partir de agora, teremos mais condições de tentar perceber, identificar e manejar o que estamos sentindo. Essa é uma dica simples para lidar com as crianças, os adolescentes e com nós mesmos", ressalta.

Com o retorno gradual das aulas em algumas regiões do Brasil, Adriana falou sobre a importância de inserir as habilidades socioemocionais na grade curricular das escolas, com o objetivo de desenvolver a saúde mental dos estudantes. Para prevenir o desenvolvimento de um transtorno mental nessa fase da vida é preciso ensinar as crianças as habilidades para que sejam capazes de lidar melhor com as emoções e situações de estresse, que podem desencadear algum problema no futuro.

"Para os alunos saberem seus limites, suas potencialidades, terem consciência social de que o outro importa é preciso trabalhar as habilidades de relacionamento. Ajudá-los a se organizarem e se reconhecerem é fundamental. Uma sociedade, uma escola ou uma classe não é uma sala de aula com a saúde mental plena, se um aluno é deixado de lado, pois o processo de saúde mental é singular e também coletivo”, declara Adriana.

Durante o encontro foram apresentadas algumas atividades que poderão auxiliar os educadores no retorno à escola e que os ajudarão no fortalecimento dos vínculos com as crianças e os adolescentes.

“Eu gostei bastante da palestra, porque ela trouxe para nós informações pertinentes, inclusive, por tudo que estamos passando em relação à pandemia. Sabemos que as crianças que atendemos aqui, de 2 a 5 anos, assim como suas famílias e também os adolescentes do nosso projeto de convivência estão todos dentro de casa, e muitos deles estão doentes emocionalmente com este isolamento, principalmente, os jovens. Então, precisamos nos equipar, porque quando abrirem as portas das casas dessas famílias, as crianças estarão sob os nossos cuidados. Na palestra, a Adriana nos deu um alerta com relação ao assunto e ferramentas também para atendermos e enfrentarmos isso”, destaca Eugênia Christina Silva, coordenadora da Creche Nova Vida em Guaratinguetá (SP).

Assista a palestra na íntegra e confira outras dicas sobre saúde mental: