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Abandono escolar nos ensinos fundamental e médio volta a subir após mais de dez anos de queda

17/11/2022
Abandono escolar nos ensinos fundamental e médio volta a subir após mais de dez anos de queda

A Educação é uma etapa do desenvolvimento das crianças e dos adolescentes que deve ser observada com muita atenção por causa do grande impacto que tem no futuro deles e da própria sociedade. Por esta razão, o abandono escolar é um problema muito sério e que deve ser combatido com urgência.

O fenômeno pode ser definido como a situação na qual o estudante deixa de frequentar a escola durante o ano letivo. É diferente da evasão escolar, ocorrida quando o aluno não realiza a matrícula para estudar no ano seguinte.

Desde 2007, o Brasil vinha registrando números cada vez menores de abandono escolar no ensino fundamental, com uma taxa de 4,8% naquele ano e que chegou a 1% em 2020. Para o ensino médio, o padrão nesses anos também foi o mesmo, registrando uma taxa de 13,2% que caiu para 2,3% há dois anos.

Ainda assim, quebrando esta sequência de diminuição, o abandono escolar voltou a subir em 2021, ano seguinte ao de início da pandemia de COVID-19. No ano passado, os números para o ensino fundamental subiram 0,2%, com uma estimativa de que 318 mil estudantes tenham abandonado a escola. Já os números relativos ao ensino médio aumentaram em 2,7%, o que correspondeu a uma estimativa de 388 mil abandonos.

Os números foram obtidos a partir de informações públicas disponibilizadas pelo Ministério da Educação (MEC), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e pela Diretoria de Estatísticas Educacionais (Deed). A Fundação Abrinq, por meio do Observatório da Criança e do Adolescente, regularmente compila e divulga dados importantes relativos ao cenário desta população.

A piora no quadro do abandono escolar verificada em 2021 pode ser explicada em parte pela própria situação de pandemia pela qual o Brasil e, consequentemente, os estudantes, tiveram que passar durante os últimos anos. Para fazer funcionar o isolamento social imposto para conter o avanço da doença, muitas medidas governamentais foram tomadas, e algumas delas impactaram diretamente a Educação no país.

O maior exemplo foi a implementação do ensino remoto, no qual as escolas não puderam receber os alunos em seus espaços físicos e precisaram adequar as suas aulas para que pudessem ser ministradas com a ajuda da internet. A medida, no entanto, não foi contemplada da mesma forma em todos os lugares e muitos alunos de escolas públicas e de regiões mais pobres do país, por exemplo, tiveram dificuldades em se adaptar ao ensino remoto devido à falta de recursos em suas instituições de ensino. Com problemas para acompanharem as aulas e se manterem engajados com a Educação, é possível que muitos estudantes do ensino fundamental e médio tenham abandonado a escola durante o ano letivo.

Os efeitos da pandemia e das medidas instauradas como forma de combate ainda podem ser sentidos em muitas áreas, inclusive a da Educação. Consequentemente, o abandono escolar ainda é motivo de preocupação e, nos próximos anos, demandará um esforço coletivo para que volte aos padrões de diminuição das taxas verificadas nos ensinos fundamental e médio dos anos anteriores.

Não deixe de conferir o site da Fundação Abrinq durante o mês de novembro para saber mais sobre a situação do abandono escolar no Brasil.

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