Como dar chocolate para as crianças sem prejudicar a saúde delas? Esta é uma pergunta que passa pelas cabeças de muitos pais por se tratar de um alimento muito popular entre os pequenos, mas que pode trazer consequências negativas se oferecido sem moderação.
Em época de Páscoa, que será comemorada em 2023 no próximo domingo (9), a questão fica ainda mais em alta.
Com a grande quantidade de ovos de chocolate, dos mais diversos tipos, espalhados pelos supermercados, pode ser difícil saber qual é o menos prejudicial à saúde das crianças, bem como quanto é o adequado que pessoas pequenas e em desenvolvimento comam em um curto período de tempo.
Para responder a estas e outras questões relacionadas ao chocolate e à saúde infantil, não apenas na Páscoa, mas em outras épocas do ano, a Fundação Abrinq conversou com a Dra. Rosana Tumas, presidente do Departamento de Nutrição de Sociedade de Pediatria de São Paulo.
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Chocolate para as crianças
A Dra. Rosana, que também é pediatra e nutróloga, reconhece os benefícios que o chocolate pode trazer, mas alerta para os riscos associados ao seu excesso. “Como tudo na vida, o ideal é ter um consumo consciente dessa iguaria, para evitar os efeitos indesejáveis consequentes à ingestão exagerada do chocolate”, explica.
“Deve-se ter em mente que o grande problema é a quantidade de açúcar presente nos chocolates e não o cacau em si, que ao contrário do açúcar, pode proporcionar benefícios à saúde”, conta a pediatra. Por causa disso, os tipos de chocolate mais benéficos à saúde são os mais amargos, pois contêm menores quantidades do adoçante.
A Dra. Rosana também pontua que um dos principais problemas relacionados ao consumo exagerado do alimento na infância é o desenvolvimento da obesidade, que afeta negativamente a saúde e vida das crianças.
De acordo com dados públicos compilados pelo Observatório da Criança e do Adolescente, da Fundação Abrinq, cerca de 7,59% das pessoas com menos de 5 anos no Brasil em 2021 sofriam com esta condição, o que correspondia a mais de 305 mil crianças obesas.
Recomendações para os pais
“A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda fortemente a redução, tanto em adultos como em crianças, da ingestão de açúcares livres para menos de 10% da ingestão total de energia”, afirma a Dra. Rosana. Portanto, em época de Páscoa e de muito chocolate, é importante que os pais estejam atentos a esta indicação.
“Na hora de definir a quantidade que pode ser consumida pelas crianças, vale a regra do bom senso: sempre pequenas porções e não transformar o consumo do chocolate em uma rotina alimentar”, diz a pediatra. Ainda assim, de acordo com ela, o alimento não deve ser oferecido às crianças antes de elas completarem dois anos de idade, pois o único tipo de açúcar que podem consumir é o natural originário de frutas.
Como uma última recomendação, ainda que o açúcar seja um grande problema, a nutróloga alerta para que se evite o consumo de chocolates diet, isto é, que não possuem o adoçante e são normalmente voltados para pessoas diabéticas.
“Apesar desta aparente vantagem, estes doces costumam conter maior teor de gorduras e muitas vezes são até mais calóricos do que os chocolates feitos com açúcar. Isso sem levar em conta o consumo inadvertido de adoçantes artificiais em substituição ao açúcar, que não são recomendados para crianças”, finaliza.
Projeto voltado à alimentação na infância
Sabendo da importância de uma boa nutrição para o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes, a Fundação Abrinq irá implementar, em breve, uma nova iniciativa voltada à temática. Não deixe de acompanhar os canais oficiais da organização para ficar sabendo das novidades!