Nas últimas semanas, o abandono escolar tem sido um assunto em alta para a Fundação Abrinq. Com a chegada do final do ano letivo, pais, alunos e escolas já começam o planejamento para as atividades do próximo ano. Por isso, é fundamental que esforços sejam realizados para identificar, evitar e reverter os casos de crianças e adolescentes que, por algum motivo, param de frequentar a escola.
Para que você possa ficar atento a situações de risco, aqui estão alguns dos motivos que podem resultar no abandono escolar:
Falta de suporte familiar
A escola é um ambiente de grandes transformações e mudanças para as crianças e os adolescentes. É durante a vida escolar que uma pessoa tem diferentes tipos de socialização com outras crianças, professores e diretores. No entanto, também é lá que passam por alguns de seus principais desafios durante o desenvolvimento, como dificuldades de aprendizagem ou até mesmo o bullying.
Se a família não oferece apoio para lidar com essas questões, é possível que a criança ou o adolescente não encontre a estrutura adequada para entender o problema e passe a procurar outras alternativas como, até mesmo, o abandono escolar.
Por isso, é importante que pais e responsáveis se interessem pelo dia a dia dos alunos e ofereçam apoio para as diferentes fases da infância e adolescência. É fundamental para um desenvolvimento saudável.
Dificuldade de acesso
Em grandes centros urbanos, é normal que, em bairros mais centrais, famílias encontrem facilidade de locomoção e não tenham problemas para chegar até a escola mais próxima. Porém, considerando todas as regiões do Brasil, existem diversas crianças e adolescentes que moram em áreas sem um sistema de transporte público eficiente, onde a escola mais próxima fica a muitos quilômetros de distância, dificultando o acesso dos alunos à rede de ensino.
O Estado tem papel fundamental na garantia da Educação de qualidade para todos. E isso envolve desde a criação de políticas públicas voltadas ao ensino, como também às melhorias nas condições de acesso para os estudantes e suas famílias.
Trabalho infantil
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), compilados no Observatório da Criança e do Adolescente, da Fundação Abrinq, 4,6% (1.768.475) das crianças e adolescentes, entre 5 e 17 anos, encontravam-se em situação de trabalho infantil em 2019.
A Constituição Federal proíbe qualquer trabalho aos menores de 16 anos, a não ser na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. No entanto, muitas crianças e adolescentes enfrentam uma realidade de dificuldade, na qual a família encontra-se em situação de vulnerabilidade social, e preferem abdicar dos estudos para poder trabalhar.
Sem Educação de qualidade, a criança e o adolescente não conseguem se preparar para o mercado de trabalho e acabam sem a especialização adequada para conseguir melhores oportunidades no futuro.
Gravidez na adolescência
A maternidade para meninas em idade escolar é um fator de risco, principalmente, para a saúde. Pode acarretar em problemas como hipertensão e anemia, mas também é uma das principais causas de abandono escolar na adolescência. Com menos tempo para se dedicar aos estudos, algumas adolescentes preferem se dedicar exclusivamente à gestação e, posteriormente, à criação do recém-nascido.
Portanto, é fundamental que haja campanhas de conscientização nas escolas e diálogo entre as famílias para que as adolescentes compreendam os riscos de uma gravidez precoce e conheçam os métodos existentes de prevenção.
Necessidades especiais
Ainda são poucas as escolas no Brasil adaptadas às necessidades especiais de alunos com algum tipo de deficiência, sejam limitações físicas ou portadores de necessidades especiais. Para que este quadro evolua, melhorias estruturais em escolas e capacitação de professores são fundamentais ao pensar na integração desses alunos.
Confira outras notícias sobre abandono escolar
A união entre famílias, escolas e Estado contra o abandono escolar
O papel da escola para evitar que alunos abandonem os estudos
Abandono escolar nos ensinos fundamental e médio volta a subir após mais de dez anos de queda