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Cyberbullying: qual o impacto na vida das crianças?

06/03/2024
Cyberbullying: qual o impacto na vida das crianças?

Apesar de o avanço tecnológico ter trazido consigo uma série de benefícios, também trouxe desafios significativos, especialmente no que diz respeito à segurança e ao bem-estar das crianças e dos adolescentes. Um desses desafios é o chamado cyberbullying, uma forma de violência que se manifesta no ambiente digital e que pode ter consequências devastadoras para as vítimas.

Para compreender melhor esse fenômeno e suas implicações, a Fundação Abrinq conversou com Mônica Garbin, pedagoga doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), professora na Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e pesquisadora sobre didática, tecnologias educacionais, formação de professores e metodologias de ensino.

O que é cyberbullying e como identificar

“O cyberbullying é um tipo de violência praticada na internet, podendo ser realizada usando plataformas que permitem algum tipo de interação entre os participantes. Assim, acontecem por meio de plataformas de mensagens e de jogos, bem como nas mídias sociais", explica Mônica.

Segundo a pesquisadora, a prática pode se manifestar de várias formas, como o compartilhamento de fotos constrangedoras, a disseminação de mentiras para humilhar alguém, o envio de mensagens ameaçadoras ou humilhantes, entre outros comportamentos nocivos.

Cyberbullying: qual o impacto na vida das crianças?


Identificar se uma criança ou um adolescente está sendo vítima de cyberbullying nem sempre é fácil, mas existem sinais de alerta aos quais os pais e educadores devem estar atentos. Isolamento social, desânimo constante, irritabilidade, depressão, entre outros, podem indicar que algo está errado, destaca a pedagoga.

O impacto do cyberbullying e o papel dos pais

A professora ressalta que o impacto psicológico do cyberbullying nas vítimas é profundo, podendo resultar em dificuldades de relacionamento, baixa autoestima e até mesmo levar a casos extremos como a síndrome do pânico e o suicídio.

O ambiente escolar não escapa das consequências do cyberbullying. Segundo Mônica, as vítimas podem apresentar dificuldades na socialização, medo de retaliação dos colegas e até mesmo fingir sintomas físicos que os impeçam de frequentar a escola. Ela explica que isso pode resultar em desmotivação e queda no desempenho acadêmico, prejudicando o processo de aprendizagem.

De acordo com a pedagoga, para combater o cyberbullying, é fundamental que pais e responsáveis criem um ambiente de confiança com as crianças e os adolescentes, incentivando a comunicação aberta sobre suas experiências online. "O ideal é que acompanhem e saibam os canais usados pelas crianças e pelos adolescentes, criando filtros para evitar que acessem conteúdos perigosos”, complementa a pesquisadora.

O outro lado do cyberbullying

Embora seja importante proteger as vítimas, Mônica ressalta que também é essencial prestar atenção nos agressores. A pedagoga enfatiza que marginalizá-los não é a solução: "É preciso fazer com que ocorra o seu envolvimento social de maneira positiva, buscando sua empatia e sensibilidade”.

O cyberbullying representa um sério desafio para pais, educadores e a sociedade como um todo. É crucial estar atento aos sinais, promover a comunicação aberta e criar ambientes seguros tanto nas escolas quanto em casa. Somente assim será possível proteger as crianças e os adolescentes dos perigos do mundo digital.

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