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Dia da Consciência Negra: Fundação Abrinq promove inclusão e valorização da cultura afro-brasileira

19/11/2024
Dia da Consciência Negra: Fundação Abrinq promove inclusão e valorização da cultura afro-brasileira

O Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, é uma data de reflexão sobre a luta pela igualdade racial e o reconhecimento da herança cultural afro-brasileira. Na infância, essas discussões se tornam ainda mais importantes, pois é quando os valores de respeito, empatia e inclusão são cultivados, moldando gerações que enxerguem a diversidade como um valor e não como barreira. Reconhecer essa consciência na infância é investir em uma sociedade mais justa e acolhedora, onde cada criança, independentemente de sua origem, possa se sentir valorizada, segura e capaz de realizar seus sonhos.

A Fundação Abrinq, por meio de seus programas e projetos, atua com diversas organizações da sociedade civil e coletivos periféricos que desenvolvem ações para valorizar a diversidade e fortalecer a herança cultural em diferentes localidades do país. Conheça abaixo algumas dessas organizações, coletivos e outras ações que a Fundação Abrinq promove com esse propósito:

Coletivos (recebem apoio técnico e financeiro por meio do Projeto Coletivos)

Grupo Cultural Àsé Dúdú (regiões administrativas de Brasília - DF)

Ase

O Grupo Cultural Àsé Dúdú, que traz o significado da palavra e da ação “força negra”, surgiu como instrumento de luta. Foi fundado há 37 anos com o intuito de ser o primeiro bloco de carnaval afrorreferenciado em Brasília. Com o passar do tempo, sua missão se expandiu, e hoje o coletivo executa diversos projetos de cunhos sociais e culturais com o objetivo de preservar e divulgar a cultura afro-brasileira com foco nas regiões administrativas de Brasília: Incra 8, Taguatinga e Ceilândia. 

A diretriz que impulsiona as ações do coletivo e o combate ao racismo acontece em diferentes frentes. Dentre as opções, são ofertadas atividades de percussão musical, dança afro, passeios culturais, oficinas de adereços afro e de instrumentos musicais, como a confecção de xerequerês, e, por último, a capoeira, o carro-chefe do Àsé Dúdú.

Para o coletivo, a capoeira é a maior ferramenta de desenvolvimento social para disseminação do que há de mais belo e original na cultura afro, de forma que, além do ensino técnico, utiliza-se a modalidade como o mais valioso recurso pedagógico, artístico e cultural. O coletivo atende cerca de 50 crianças por mês na faixa etária de 5 a 18 anos.

Coletivo Cultural Ibomin (Lauro de Freitas - BA)

Lauro de Freitas

O Coletivo Cultural Ibomin atua há 8 anos em Lauro de Freitas - BA, região metropolitana de Salvador. O coletivo tem por objetivo o fortalecimento da cultura afro-brasileira, o combate ao racismo e à intolerância religiosa. A principal ferramenta de trabalho é a operação da Biblioteca Comunitária Girassol, localizada dentro de um terreiro e formada por seus membros, com atividades de mediação de leitura, empréstimo de livros para a comunidade e exibição de filmes afrorreferenciados por meio do Cineclube.

Para o público externo, o projeto Para Ensinar Meus Camaradas leva livros e atividades lúdicas até as casas de crianças e famílias negras. São em torno de 20 crianças beneficiadas mensalmente de 3 a 8 anos de idade.

Centro Cultural Mamulengo (Salvador – BA)

CCM

O Centro Cultural Mamulengo (CCM) foi fundado em 2007 pelo Mestre Griô Elias Bonfim, numa ocupação em São Tomé de Paripe, território tradicional e último bairro do subúrbio ferroviário de Salvador. O coletivo é composto por cinco arte-educadores, maioria jovens nascidos e crescidos na comunidade, participantes ainda crianças das primeiras brincadeiras e oficinas de bonecos oferecidas no espaço. 

Seu compromisso é com a defesa do direito à vida de crianças e adolescentes negros e negras, por meio da salvaguarda do Teatro de Bonecos Mamulengo (Patrimônio Cultural/Iphan). As atividades são elaboradas em parceria com as escolas públicas do bairro, lideranças comunitárias e outros agentes locais, objetivando contribuir com uma educação integral alinhada à proteção e valorização dos saberes e fazeres ancestrais.

Mamulengo no Quilombo é um projeto construído pelo grupo para dar continuidade ao legado do Mestre, formando continuamente novos bonequeiros e dinamizadores culturais, multiplicadores da pedagogia Griô, da arte-educação e da cultura popular como tecnologias antirracistas para o acolhimento socioafetivo e para a cocriação de infâncias mais justas e seguras em comunidades periféricas.

Você pode conhecer mais sobre esses e outros coletivos beneficiados pela Fundação Abrinq na publicação Projeto Coletivos: Transformando a Infância e Adolescência nas Periferias – Ciclo 2. Clique aqui para ler.

Organizações da Sociedade Civil (recebem apoio técnico e financeiro por meio do Programa Nossas Crianças)

Centro de Promoção da Vida de Crianças e Adolescentes [CEPROVI] (São Luís – MA)
Projeto Conveniado: Ateliê da Leitura

ceprovi

A organização desenvolve, por meio de suas oficinas, a ampliação das ações de letramento racial, promovendo práticas pedagógicas decoloniais por meio da pesquisa e valorização de figuras importantes, como Negro Cosme, Esperança Garcia, Laudelina Melo e Milton Santos.

Em suas atividades coletivas, resgatam brincadeiras de matrizes africanas, utilizando-as para potencializar os processos de constituição identitária das crianças e dos adolescentes atendidos, assim como para fortalecer a aprendizagem escolar.

Além disso, no projeto Ateliê da Leitura, foi realizado um passeio temático no centro histórico de São Luís, conhecido como Caminho Ancestral, no qual crianças e adolescentes puderam expandir seu repertório sobre a história e ancestralidade de sua cidade, com o objetivo de promover a criticidade e a identificação cultural com seu território.

Associação Cristã de Moços de São Paulo (São Paulo – SP)
Projeto Conveniado: Brincando de Casinha – Observatório das Relações Familiares

A proposta do projeto visa fortalecer, por meio do brincar, o posicionamento crítico e reflexivo de crianças das unidades de desenvolvimento social da Associação Cristã de Moços (ACM) de São Paulo frente às práticas discriminatórias, além de contribuir para que as crianças e os adolescentes não vivenciem situações de violação em suas relações familiares.

A casinha também é um recurso que pode oferecer aos educadores a possibilidade de identificar comportamentos e manifestações discriminatórias entre os grupos, permitindo pensar em estratégias de intervenção que enfrentem a naturalização de práticas racistas e sexistas.

Dessa forma, as propostas de educação antirracista serão desenvolvidas no segundo ano do projeto pelas 14 unidades da ACM, como forma de conscientização coletiva. Para isso, foi firmada uma parceria com o Coletivo Espelho, Espelho Meu, que fez parte do ciclo 1 de atuação do Projeto Coletivos, para formações e discussões sobre essa temática no ano de 2025.

Formações online: cultura afro-brasileira na educação infantil 

A Fundação Abrinq também oferece alguns módulos online de conteúdo que abordam temas como a cultura afro-brasileira na educação infantil, as relações raciais no ambiente escolar e o letramento racial no contexto educacional. Essas formações são dedicadas a profissionais da área da educação, buscando promover práticas pedagógicas inclusivas e reflexivas, que contribuem para um ambiente de aprendizado mais igualitário e consciente da diversidade cultural e racial.

Formações presenciais 

Presencial

Em setembro de 2024, a Fundação Abrinq promoveu, por meio do Projeto Brincar, uma trilha formativa presencial com o tema Cultura Afro-brasileira na Educação. A formação foi direcionada a coordenadores e professores da Educação Infantil e Ensino Fundamental – Anos Iniciais, abrangendo diversas unidades escolares, como CEI Parque Fernanda, CEMEI Jardim Dom José – Raquel Trindade, EMEF Campo Limpo III, EMEF CEU Casa Blanca e EMEF Prof. José Francisco Cavalcante, todas localizadas em São Paulo - SP. O objetivo geral foi reconhecer a cultura afro-brasileira como um dos pilares fundamentais da identidade e história do Brasil, valorizando e promovendo a inclusão social por meio do resgate e da valorização da cultura africana e sua contribuição na formação da identidade brasileira, com ênfase em jogos e brincadeiras tradicionais.

Entre os objetivos específicos, a formação buscou proporcionar aos professores um ambiente pedagógico de construção de conhecimento por meio de atividades lúdicas, promovendo a consciência corporal, empatia, cooperação, memória e criatividade nas crianças. Além disso, os encontros visaram estreitar os laços entre jogos e brincadeiras do Brasil com diferentes povos e etnias africanas, enriquecendo o repertório cultural dos participantes e fortalecendo os momentos de aprendizado de maneira divertida.

Semana da Criança de 2024

brincar

Durante a Semana da Criança, em outubro de 2024, foi celebrado o Dia do Brincar, e a Fundação Abrinq promoveu uma ação em escolas, por meio do Projeto Brincar, com o tema As Múltiplas Linguagens Artísticas e Transdisciplinaridade – Jogos e Brincadeiras Afro-brasileiras e Africanas. A atividade foi conduzida pelo Coletivo Brincando na Kebrada, em parceria com professores das unidades escolares participantes, promovendo um ciclo de brincadeiras afrorreferenciadas com os estudantes. 

O objetivo principal da ação foi oferecer vivências práticas de brincadeiras afrorreferenciadas, com a finalidade de construir uma educação antirracista por meio de múltiplas linguagens artísticas e atividades lúdicas. Além da condução das brincadeiras, a ocasião contou com a doação de acervos para as unidades escolares e atividades como cantigas, danças e jogos tradicionais africanos, proporcionando momentos de interação cultural e reflexão.
 

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