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Setembro Amarelo: cuidar da saúde mental de crianças e adolescentes é pensar no futuro

10/09/2021
Setembro Amarelo: cuidar da saúde mental de crianças e adolescentes é pensar no futuro

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos, cerca de 1 milhão de pessoas tiram as próprias vidas, o que corresponde a 1,4% das mortes no mundo. O suicídio também está entre as três principais causas de mortes entre adolescentes de 15 a 19 anos.

O Brasil está entre os 10 países com mais casos no mundo, sendo que para cada caso de suicídio, as tentativas são de 10 a 20 vezes mais frequentes. Só em 2020, 12.751* óbitos por suicídio, em menores de 19 anos, foram registrados no Brasil. A região Sudeste lidera o ranking com 4.321 casos, contra 3.063 casos da região Sul, 3.006 da região Nordeste, 1.250 da região Centro-Oeste e 1.111 da região Norte. Os dados, apesar de preliminares, ressaltam a necessidade de cuidar da saúde mental das crianças e dos adolescentes.

Para alertar toda a sociedade sobre a importância dessa temática e prevenir que novos casos de suicídio aconteçam, o mês de setembro é considerado como Setembro Amarelo.

A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), com o apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM), organizam anualmente a campanha Setembro Amarelo, que acontece em território nacional com o objetivo de conscientizar a população sobre os fatores de risco para o comportamento suicida e orientar para o tratamento adequado dos transtornos mentais.

Com o mesmo intuito, o dia 10 de setembro também é considerado o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio para prevenir e reduzir o número de óbitos pela causa.

Saúde mental na infância e adolescência

Assim como os adultos, as crianças e os adolescentes também podem desenvolver transtornos mentais, sendo mais recorrentes os transtornos do desenvolvimento psicológico e transtornos de comportamento e emocionais.

Os transtornos mentais em crianças e adolescentes costumam ser motivados por fatores específicos que podem ser divididos entre genéticos, relacionados ao histórico familiar de transtorno mental; psicossociais, relacionados a casos de disfunções na vida familiar e situações indutoras de estresse; biológicos, relacionados a situações de anormalidades do sistema nervoso central, que podem ser causadas por lesões, infecções, desnutrição ou exposição a toxinas; e ambientais, relacionados a problemas enfrentados na comunidade, por exemplo, violência urbana ou abusos.

Identificar transtornos mentais durante a infância e adolescência pode ser um desafio, tendo em vista que muitas crianças costumam ter dificuldades para expressarem seus sentimentos ou conseguirem compreender suas emoções.

Nestes casos, alguns sintomas e/ou sinais podem ajudar os adultos na hora de identificar se uma criança está com problemas e precisa de ajuda. Confira alguns:

• Está com dificuldade na escola e não consegue se concentrar;

• Está agressiva;

• Tenta se machucar com frequência;

• Evita amigos e familiares;

• Passa por mudanças constantes de humor;

• Está sem energia e motivação;

• Apresenta dificuldades para dormir ou tem muitos pesadelos;

• Costuma se queixar muito de dores ou desconfortos físicos.

É importante ressaltar que os transtornos mentais possuem tratamentos específicos e, por isso, requerem o cuidado próximo de um profissional. Se perceber algum dos sintomas acima, busque rapidamente orientação médica, pois infelizmente, o suicídio não é uma ação reversível.

Como cuidar da saúde mental das crianças e dos adolescentes

Confira algumas dicas para cuidar da saúde mental das crianças e dos adolescentes:

• Realizar atividades prazerosas e que tenham valor para a criança ou o adolescente, como ler, cantar, praticar algum esporte, entre outras;

• Estabelecer horários e rotina para as atividades do dia a dia;

• Explicar sobre os sentimentos e as emoções para as crianças;

• Promover conversas abertas e sem julgamentos sobre possíveis problemas que a criança ou o adolescente esteja enfrentando;

• Manter a alimentação e o sono saudáveis;

• Praticar exercícios físicos regularmente.

Durante a pandemia, sentimentos como o medo, insegurança e até ansiedade podem surgir com mais frequência e intensidade, sendo ainda mais necessário ficar de olho no comportamento das crianças.

E-book sobre saúde mental

A Fundação Abrinq produziu o e-book Saúde mental na infância e adolescência, com informações sobre o que é saúde mental, como cuidar, quais são os transtornos mentais mais comuns entre crianças e adolescentes e seus sintomas, quais cuidados podem ser tomados e como a internet pode influenciar no bem-estar dos pequenos.

“Normalmente as pessoas se preocupam com a saúde física, mas acabam deixando de lado a mental, sendo que as duas necessitam do mesmo nível de preocupação e cuidados. Produzimos o e-book para ressaltar a importância de promover uma boa saúde mental desde a infância e mostrar para as pessoas maneiras de fazer isso. Afinal, a prevenção é a única alternativa do suicídio”, comenta Victor Graça, gerente executivo da Fundação Abrinq.

Faça o download gratuito da publicação aqui.

Fontes: Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Diretoria de Apoio Administrativo ao Sistema de Saúde e Sistema de Informações sobre Mortalidade.

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