O cenário da fome no Brasil continua sendo um dos principais obstáculos para a garantia dos direitos de crianças e adolescentes. De acordo com a publicação Cenário da Infância e Adolescência no Brasil 2025, produzida pela Fundação Abrinq, a pobreza e a insegurança alimentar ainda afetam milhões de meninos e meninas, especialmente nos primeiros anos de vida.
Em 2023, quase metade das crianças brasileiras com até 6 anos (46,5%) vivia em situação de pobreza. Isso representa aproximadamente 9,4 milhões de crianças. Quando analisado regionalmente, o problema se intensifica: No Nordeste, 53,3% das crianças nessa faixa etária enfrentavam essa realidade. No Norte, o índice era de 49,7%, seguido pelo Centro-Oeste (43,2%), Sudeste (42,7%) e Sul (42,1%).
A pobreza extrema também persiste como um grave desafio. Cerca de 3,3 milhões de crianças até 6 anos — o equivalente a 16,7% — enfrentavam essa realidade em 2023, ou seja, viviam sem acesso ao mínimo necessário para uma vida digna, incluindo alimentação básica.
Esta é a realidade de milhões de famílias com crianças no Brasil!
Junto a isso, a desnutrição é uma das consequências mais evidentes da fome. No mesmo ano, 3,8% das crianças com menos de 5 anos estavam desnutridas no país, com a região Norte apresentando o maior índice (4,7%), seguida pela região Nordeste (4,1%), Centro-Oeste (3,8%), Sudeste (3,6%) e Sul (2,8%). Além disso, quase 280 mil crianças estavam abaixo do peso ideal para a idade, um indicativo de insegurança alimentar e má nutrição.
Outro impacto direto é o comprometimento do crescimento físico. Aproximadamente 859 mil crianças menores de 5 anos apresentavam baixa estatura para a idade, um sinal de desnutrição crônica que pode ter efeitos duradouros no desenvolvimento físico e cognitivo.
São crianças que vivem em situações extremas e precisam de apoio para terem dignidade!
A escola é, muitas vezes, o único local onde crianças em situação de vulnerabilidade têm acesso a refeições regulares. No entanto, em 2023, 879 escolas públicas brasileiras não ofereciam merenda escolar. Essa ausência compromete diretamente a nutrição e o desempenho escolar de milhares de estudantes que dependem dessa alimentação diariamente.
A gravidade da fome também se reflete em um dado particularmente sensível: 200 crianças com até 4 anos morreram por desnutrição proteico-calórica em 2023, sendo 82 desses óbitos na região Norte, 58 no Nordeste, 28 no Sudeste, 23 no Centro-Oeste e 9 na região Sul. Essas mortes são resultado direto da ausência de alimentos básicos, como leite, frutas, legumes, proteínas e carboidratos essenciais para o desenvolvimento saudável.
O que a Fundação Abrinq faz para enfrentar o cenário da fome
Diante dessa situação, a Fundação Abrinq atua em diferentes frentes para combater a fome e promover melhores condições de vida para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Por meio do Programa Emergência, a Fundação apoia diretamente famílias com doações de cestas básicas, kits de higiene e itens essenciais em contextos de emergências climáticas extremas. Já com o Programa Nossas Crianças, oferece suporte técnico e financeiro a organizações da sociedade civil que atuam com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, garantindo acesso a direitos como alimentação, saúde, educação e proteção.
A organização também impulsiona o trabalho de coletivos periféricos por meio do Projeto Coletivos, apoiando iniciativas em várias regiões do país que, muitas vezes, garantem alimentação e assistência a quem mais precisa.
No campo da articulação política, a Fundação Abrinq atua junto a gestores públicos por meio do Programa Prefeitas e Prefeitos Amigos da Criança, incentivando o fortalecimento de políticas municipais voltadas à infância e à adolescência. Em nível federal, mobiliza o poder público por meio do Programa Presidente Amigo da Criança, promovendo o compromisso com ações que priorizem os direitos das novas gerações.
O combate à fome na infância não pode esperar
A fome continua afetando milhares de crianças e adolescentes em todo o Brasil. Os dados mais recentes mostram que o problema persiste e exige atenção imediata de toda a sociedade. A garantia de uma alimentação adequada e de qualidade nos primeiros anos de vida é importante para o crescimento saudável, o desempenho escolar e a construção de uma vida plena.
Considere fazer uma doação e ajude a transformar essa realidade clicando aqui.