
Desde o início de 2024, o Instituto Além dos Olhos, localizado no bairro Barroso, em Fortaleza – CE, passou a fazer parte do Projeto Coletivos, uma iniciativa da Fundação Abrinq voltada ao fortalecimento de grupos periféricos que atuam com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Com o apoio recebido, o coletivo ampliou significativamente suas atividades e conseguiu fortalecer sua estrutura institucional.
“Quando começamos essa parceria com a Fundação Abrinq, a gente só tinha duas modalidades, que eram o vôlei e o jiu-jitsu. Hoje já tem a capoeira, tem balé, conseguimos colocar mais atividades relacionadas ao clube do livro – que a gente tem uma biblioteca também dentro do instituto –, as nossas aulas de educação ambiental, enfim”, conta Ruth Lima, integrante do coletivo.
Além das novas atividades, a parceria também tem ajudado a profissionalizar a gestão do coletivo, que agora consegue pagar uma pequena ajuda de custo aos professores, que são voluntários, mas recebem um valor para ajudar nas contas do final do mês. “O aporte financeiro veio como esse respiro, porque a gente nunca tinha tido um patrocinador, um apoiador direto, recorrente, como está sendo a Fundação Abrinq. Então conseguimos respirar mais em relação a pagar contador, coworking, para a gente ter o nosso endereço fiscal.”
Hoje, mais de 180 crianças e adolescentes participam das atividades. No início da parceria, eram cerca de 90. “A nossa instituição está conseguindo dar passos cada vez mais largos. Eu até sinto que a gente nem está mais caminhando, a gente está quase correndo, de tanta coisa que estamos conseguindo realizar nesse período de parceria.”
Persistência e reconhecimento
A participação no Projeto Coletivos só aconteceu na segunda tentativa. Em 2023, o Instituto Além dos Olhos se inscreveu no edital vigente, mas não foi selecionado. Ainda assim, o coletivo manteve o acompanhamento das ações da Fundação Abrinq e se preparou para uma nova oportunidade.
“A gente se inscreveu, foi chamado para a entrevista, mas infelizmente o polo de Fortaleza não foi escolhido – foi escolhido o polo de Salvador, na época. Ficamos muito tristes, mas eu sabia que, quando abrisse novamente, a gente ia se inscrever, e que se fosse a nossa vez, iríamos conseguir”, relembra Ruth.
A integrante conta que, no edital do ano seguinte, o seu coletivo foi um dos primeiros a se inscrever. “Já estávamos aguardando, porque a gente começou a acompanhar o Instagram da Fundação Abrinq, para acompanhar as ações, os editais que a Fundação Abrinq lança, e estávamos esperando o edital do Projeto Coletivos. Então, quando lançou, foi a primeira coisa que a gente fez: se inscreveu e ficou aguardando.”
Quando o resultado positivo chegou, veio acompanhado de alívio e felicidade. “Foi um misto de emoções, porque a gente nunca tinha tido um apoiador, um patrocínio direto no instituto, então foi um alívio mesmo, um respiro, e uma confirmação de que o trabalho que a gente tem desenvolvido é um trabalho certo, é um trabalho sério, e a Fundação Abrinq acredita em nós e nos apoia.”

Acesso à cultura e ações comunitárias
Com o apoio recebido, o coletivo conseguiu ampliar não só as atividades regulares, mas também a participação das crianças em espaços culturais da cidade. “Este ano, estamos conseguindo abrir mais e, depois de amanhã, as crianças já vão de novo visitar o Museu da Fotografia, porque como temos muitas crianças, nem todas conseguem ir ao mesmo passeio”, afirma Ruth.
A comemoração da Páscoa também foi um marco do primeiro semestre, em parceria com estudantes da Uniasselvi. “Foram 100 crianças beneficiadas no dia dessa atividade e, fora essa atividade de comemoração, que foi em relação à Páscoa, a gente tenta também, a cada mês, em alguma data comemorativa, trazer esse momento de festividade para as crianças, com momentos de brincadeira, de lazer, de todo mundo estar junto e receber guloseimas.”
Inscrições abertas para o novo edital
O Projeto Coletivos está com inscrições abertas até 31 de agosto para selecionar novos coletivos periféricos que atuam com crianças e adolescentes. Podem se inscrever grupos das regiões Norte e Sudeste, com exceção dos estados do Pará e do Rio de Janeiro. Os coletivos selecionados contarão com apoio financeiro, acompanhamento técnico e acesso a formações ao longo de 22 meses.
As inscrições devem ser feitas pelo site edital.fadc.org.br/coletivos, onde também é possível consultar o regulamento completo e tirar dúvidas sobre o processo seletivo. Se o seu coletivo atua em territórios periféricos com foco em crianças e adolescentes, esta pode ser a oportunidade de fortalecer e ampliar ainda mais o impacto das suas ações.