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Mais de 6,5 mil crianças são impactadas pelo Projeto Hábitos Alimentares Saudáveis

28/11/2018
Mais de 17 mil crianças são impactadas pelo Projeto Hábitos Alimentares Saudáveis

Quem conhece João Pessoa (PB) não imagina que a cidade possui uma alta vulnerabilidade diante da segurança alimentar e nutricional. De acordo com o sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), 14% das crianças de até 5 anos apresentam insegurança alimentar.

Visto o cenário local, a cidade foi escolhida para integrar o Projeto Hábitos Alimentares Saudáveis da Fundação Abrinq, com o apoio da Fundação Carrefour.

O projeto iniciou em novembro de 2017 e em sua primeira edição já beneficiou mais de 6,5 mil crianças de até 5 anos.

Para que as crianças fossem impactadas, diversos professores de 42 escolas locais participaram de treinamentos relacionados a temática, sendo incentivados à ensinarem sobre alimentação saudável de maneira lúdica.

“Isso faz parte da educação. Para você mudar alguma coisa no mundo, é necessário partir da educação. Não existe um canal mais forte e mais eficiente do que a escola, onde a criança vai crescer com o que aprendeu”, explica o diretor da unidade Bancários do Carrefour, João Emanuel.

Mas os pequenos não foram os únicos beneficiados pelo projeto. Com os treinamentos, diversos professores relataram ter um novo olhar perante o assunto e as práticas pedagógicas. Como Rosemary Medeiros, que conta ter mudado o foco após a parceria com a Fundação Abrinq: “A gente trabalhava, mas não de uma maneira focada. Fomos motivadas na capacitação a juntar o lúdico à conscientização. Não só ingerir os alimentos saudáveis como levá-los para a sala de aula e colocá-los como rotina”.

Ao longo da iniciativa, 136 professores de Educação Infantil e 207 agentes comunitários de saúde participaram dos treinamentos, bem como 105 merendeiras, que aprenderam sobre higienização, armazenamento de alimentos — mesmo dispondo de pouco espaço — , preparo de refeições mais saudáveis, proveito dos alimentos, entre outros.

“Ensinaram como guardar as frutas e verduras quando chegam, como a gente pode usar as frutas com e sem cascas, como a banana, que podemos até fazer bolo com a casca. Foi um trabalho maravilhoso. O projeto está de parabéns”, conta a cozinheira do Centro de Educação Infantil (CEI) Roberta Tavares, Joana D’arc.

Joana se saiu tão bem durante os treinamentos que venceu o concurso de culinária realizado para marcar o encerramento da primeira edição do projeto.

“No dia ninguém quis ficar no meu grupo, acharam meio sem graça beterraba com banana. Então ficamos em quatro pessoas, enquanto os outros grupos tinham sete. Quando foi na hora do concurso eu não acreditei que tínhamos vencido”, relata orgulhosa.

Com uma receita da geleia de beterraba, a cozinheira não só foi campeã como fez a alegria das crianças do CEI Roberta Tavares, que logo se deliciaram com a novidade.

As merendeiras visitaram as dependências do Hipermercado Carrefour, localizado no bairro Jardim São Paulo, em João Pessoa, para conhecer a estrutura e metodologia usada pelo supermercado para manter os alimentos sempre frescos para os clientes.

Para João, realizar essas visitas é motivo de orgulho: “Fico muito feliz em poder ajudar de alguma forma. Ver que são pessoas que não têm acesso a tanta estrutura como temos aqui e de alguma forma conseguir mostrar isso para elas e dizer que também podem adaptar para suas realidades é uma sensação de dever cumprido”, conta.

No decorrer do projeto também foram realizadas oficinas com famílias atendidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), que proporcionaram momentos de diversão e aprendizado para 125 famílias.

Para Maria Silva, as oficinas foram muito proveitosas e poderão ser reaproveitadas em casa: “Eu não sabia de tudo que falaram. É tudo novo que na minha casa não tem e agora eu aprendi”, comenta.

Mas para que os treinamentos e as oficinas dialogassem com os objetivos do projeto, foi necessário adaptá-las de acordo com cada público.

“O projeto tem públicos diferentes, porém os temas são os mesmos, precisamos adaptar a abordagem. Eu tenho que trabalhar com a realidade de cada um”, explica o professor Clemilson da Silva, que realizou parte dos treinamentos.

A primeira edição do projeto encerrou em novembro. Segundo Clemilson apesar de ser recente a cidade já sentirá falta: “Que aconteça mais vezes porque a gente precisa”, finaliza.

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