Hoje, 28 de maio, celebra-se o Dia Mundial de Combate à Mortalidade Materna — óbitos que acontecem durante a gestação, o parto ou pós-parto, porém, o Brasil não tem muitos motivos para comemorar. Só em 2019, a taxa da mortalidade materna no país ficou em 55,3 a cada 100 mil nascidos vivos. Apesar de parecer baixo, o indicador está acima da meta estabelecida pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que prevê reduzir a taxa para no máximo 30 mortes por 100 mil nascidos vivos até 2030.
Ao analisar o indicador por região, apenas o Sul se aproxima do valor acordado: 38,1. Enquanto o Norte e Nordeste possuem as maiores taxas de mortalidade, sendo 74,3 e 59,4 respectivamente. Confira os dados por região:
Mortalidade materna por região
Mas afinal, o que causa a mortalidade materna?
Inúmeros fatores podem influenciar e acabar resultando em complicações durante a gestação, o parto ou o puerpério (pós-parto), no entanto, as causas podem ser classificadas como diretas e indiretas.
Causas obstétricas diretas: são complicações que surgem por causa de intervenções desnecessárias, omissões, tratamento incorreto ou alguma complexidade decorrente desses fatores. De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), entre 1996 e 2018, 67% dos óbitos maternos estavam relacionados a fatores diretos como hipertensão, hemorragia, infecção puerperal e aborto, ou seja, fatores que poderiam ser evitados.
Causas obstétricas indiretas: estão relacionadas a doenças pré-existentes à gestação ou que se desenvolvem nesta fase. No mesmo período, os fatores indiretos foram responsáveis por 29% dos óbitos, sendo os mais comuns: doenças do aparelho circulatório, doenças do aparelho respiratório, AIDS e doenças infecciosas e parasitárias.
Relação da COVID-19 na mortalidade materna
De acordo com o Observatório Obstétrico Brasileiro COVID-19 (OOBr Covid-19), desde o início da pandemia, foram notificados 12.533 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por consequência do novo Coronavírus em gestantes e puérperas.
Em 2020, a porcentagem de óbitos entre as gestantes e puérperas por SRAG decorrentes da Covid-19 chegou a 7,4%, já em 2021, a porcentagem aumentou 9,8 pontos percentuais, atingindo a marca de 17,2%. O puerpério é a fase onde mais se concentram os casos. Veja a relação por idade gestacional:
Porcentagem de óbitos por período
Para evitar qualquer possível complicação decorrente ou não da COVID-19 durante a gravidez, é fundamental ter um bom acompanhamento pré-natal. Por meio dele é possível prevenir e diagnosticar doenças e/ou problemas que podem se agravar durante o período gestacional, sendo essencial para que a mulher e o bebê tenham uma gestação e um parto saudáveis. O acompanhamento também serve como orientação para as mulheres sobre assuntos importantes referentes a maternidade.
Saiba mais sobre o que é o pré-natal e porquê é importante.
Como evitar o contágio da COVID-19 durante a gestação e o pós-parto?
Os cuidados para a prevenção da doença durante o período gestacional e o pós-parto são os mesmos que todas as pessoas precisam seguir:
- Lavar sempre as mãos com água e sabão ou utilizar álcool gel com 70º;
- Utilizar máscara sempre que precisar sair de casa. Ela precisa cobrir o nariz e a boca;
- Manter o isolamento social;
- Manter os locais limpos e arejados;
- Se possível, evitar a visita de amigos e familiares neste momento.
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Neste Dia Mundial de Combate à Mortalidade Materna, compartilhe informações relevantes sobre o assunto e ajude a propagar o conhecimento.