
Entre os meses de abril e junho, organizações da sociedade civil parceiras da Fundação Abrinq mobilizaram-se para prevenir e enfrentar a violência sexual e doméstica contra crianças e adolescentes. As ações integram a campanha Pode Ser Abuso, promovida pela Fundação Abrinq com o objetivo de fortalecer a rede de proteção e ampliar os conhecimentos sobre o tema junto aos profissionais que atuam diretamente com meninos e meninas em situação de vulnerabilidade.
As atividades foram desenvolvidas como parte do Programa Nossas Crianças, com a participação de instituições integrantes da Rede Nossas Crianças, além de organizações conveniadas e convidadas.
Formação e mobilização para o enfrentamento da violência
A ação foi estruturada em cinco etapas. A primeira contou com a realização de formações online, entre os dias 22 e 30 de abril, voltadas a profissionais das organizações participantes. Ao todo, mais de 130 representantes acompanharam os encontros, organizados em três módulos: conceitos e tipos de violência, funcionamento da rede de proteção e estratégias de escuta e prevenção junto às crianças e os adolescentes.
Com base nas formações, cada organização elaborou um plano de ação, construído de forma colaborativa, com propostas para aplicar os conteúdos no cotidiano de atendimento às crianças, aos adolescentes e, quando possível, também às suas famílias.
Começando no dia 19 de maio e com previsão de ir até o dia 13 de junho, os planos começaram a sair do papel. As organizações deram início à etapa mais importante: a realização das atividades com os públicos atendidos. As ações pedagógicas estão sendo desenvolvidas a partir de diferentes linguagens artísticas, como teatro, literatura, música, dança, artes visuais e audiovisual.
O objetivo principal foi criar espaços de diálogo e aprendizado sobre os direitos das crianças, a autoproteção e a importância de romper o silêncio diante de qualquer tipo de violência.
Compartilhamento de boas práticas
As atividades seguem até meados de junho e, ao final, todas as organizações participantes serão convidadas para um seminário de boas práticas, com a presença do Coletivo Mulher Vida, que ministrou a ação formativa do início. O encontro será um espaço de troca de experiências, compartilhamento de aprendizados e fortalecimento coletivo da rede de proteção.
Com a campanha Pode Ser Abuso, a Fundação Abrinq segue com seu compromisso com a proteção integral de crianças e adolescentes, promovendo conhecimento, articulação e mobilização junto a quem está na ponta do atendimento.
Veja o que as participantes disseram sobre as ações
“As atividades propostas durante a campanha nos permitiram ampliar o olhar sobre os sinais de abuso, reforçar a importância da escuta ativa, da proteção e do acolhimento, além de nos instrumentalizar para agir de forma mais assertiva em casos de suspeita. Foi um processo de conscientização não apenas para os profissionais, mas também para as crianças, famílias e toda a comunidade atendida pelo projeto.”
Rosiete, do Centro de Promoção da Vida de Crianças e Adolescente, em São Luís – MA
“As formações foram importantes pois deu para rever e aprofundar alguns conceitos e leis e aprender e compartilhar práticas pedagógicas entre as instituições. Uma coisa que observei e achei interessante é como vocês utilizam o recurso online ao favor da dinamização da abordagem remota. Sabemos que às vezes dispersa e a forma como foi pensada incentivou a participação dos presentes.”
Natalia, da Casa Pequeno Davi, em João Pessoa – PB
“Poderia dizer que a formação deste ano foi bastante eficiente, com conteúdo e metodologias importantes e profundos. O conhecimento profundo sobre a violência e, principalmente, qual o sintoma que ela apresenta provocou impacto e alerta acerca de vários atendidos do CCA. A proposta de discutir o tema com as famílias envolveu algumas mães que se motivaram a relatar situações que já vivenciaram ou observaram acontecer com entes queridos.”
Daniela, da Associação Cristã de Moços de São Paulo - Leide Das Neves, em São Paulo – SP
“A formação sobre violência doméstica e sexual, em parceria com o Coletivo Mulher Vida, foi muita rica para a nossa equipe. O seminário de práticas exitosas, no dia 27 de junho, mesmo sendo online, foi muito acolhedor, potente, cheio de troca verdadeira. As professoras Herlene Hilze e Neidiane Mercês participaram com tanto empenho que foi bonito de ver. Conduziram as ações com acessibilidade incrível.”
Aysha, do Grupo de Mães Nossa Senhora do Amparo, em Camaçari – BA
“O curso foi muito útil para que eu pudesse entender os procedimentos após o diagnóstico de violência e abuso. Em minha rotina já sabia como escutar e acolher as crianças nessa situação, mas não era tão claro o passo a passo do que fazer após essa etapa. Nesse sentido foi muito importante a formação.”
Melina, do Instituto André Franco Vive, em São Paulo – SP
"Durante minha participação na formação promovida pelo Programa Nossas Crianças na campanha Pode Ser Abuso, tive a oportunidade de ampliar significativamente meu entendimento sobre a proteção infantil, os sinais de abuso e as estratégias eficazes de prevenção. A formação foi extremamente enriquecedora, tanto no aspecto teórico quanto prático. Ela me fez refletir profundamente sobre nosso papel na rede de proteção, reforçou meu compromisso com a causa e me capacitou para agir de maneira mais assertiva e humana diante de situações que envolvam crianças e adolescentes em risco."
Maria Ivaneide, da Ação Social Esperança e Vida (ASEVI), em Pesqueira – PE