
De 1º a 7 de agosto, a Semana Mundial do Aleitamento Materno 2025 convida a sociedade a olhar com mais empatia para quem amamenta. O tema deste ano, Priorizemos a amamentação: construindo sistemas de apoio sustentáveis, reforça que ninguém deveria enfrentar essa jornada sozinho. Amamentar é um ato de amor, saúde e vínculo, mas também pode ser solitário, exaustivo e, muitas vezes, repleto de desafios.
A iniciativa, promovida pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA) e apoiada por diversas entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS), destaca que o aleitamento materno vai muito além do ato individual. É preciso criar ambientes que favoreçam esse cuidado: com tempo, escuta, licença-maternidade justa, apoio familiar, acolhimento nas redes de saúde e nas empresas.
No Brasil, apenas 57%¹ dos bebês são amamentados exclusivamente até os seis meses, um dado que acende o alerta. Apesar das evidências científicas que comprovam os inúmeros benefícios do leite materno para a saúde infantil e materna, a prática ainda encontra obstáculos estruturais.
Além de nutrir e proteger, o leite materno é ecológico: chega ao bebê na temperatura ideal, sem gerar resíduos, embalagens ou consumo de energia, ao contrário da alimentação artificial. Ou seja, amamentar também é um ato de cuidado com o planeta.
Para o Dr. Marcus Renato de Carvalho, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é preciso que o aleitamento esteja integrado às políticas públicas de saúde, educação e trabalho. “Sistemas de apoio sustentáveis são capazes de garantir que as mães recebam suporte desde a gestação até os primeiros anos de vida da criança, integrando o aleitamento em políticas públicas que envolvam além dos serviços de saúde nos vários níveis de atenção, com recursos comunitários e nos locais de trabalho e estudo das mulheres”, afirma.
A campanha é um chamado à ação. A cada gesto, seja ao oferecer um copo d’água, defender o direito de amamentar em público, garantir um espaço apropriado no trabalho ou simplesmente escutar sem julgar, estamos ajudando a construir um sistema mais justo, afetuoso e saudável para mães e bebês.
Leite materno é vida, vínculo e proteção, é inigualável: fornece todos os nutrientes essenciais, fortalece o sistema imunológico e reduz o risco de infecções e doenças para o bebê. E para a mãe, amamentar também traz benefícios físicos e emocionais, ajuda na recuperação pós-parto, reduz o risco de certos tipos de câncer e aprofunda o vínculo com o filho.
Neste agosto dourado, mais do que nunca, é hora de reforçar: apoiar o aleitamento materno é cuidar do presente e do futuro. Porque quando uma mãe é amparada, um bebê floresce.
Cada Gota Importa: quando ouvir, acolher e apoiar faz toda a diferença
Desde 2023, a Fundação Abrinq promove a campanha Cada Gota Importa, com o propósito de incentivar a amamentação exclusiva até o sexto mês e complementar até 2 anos de idade ou mais.
Neste ano, o tema Ouvir, Acolher, Amamentar ganha destaque. A proposta é simples, mas poderosa: lembrar que amamentar é um ato coletivo. Quem amamenta precisa de escuta, apoio e respeito, e cada gesto de cuidado conta.
Afinal, por trás de cada gota de leite há noites mal dormidas, desafios físicos e emocionais, decisões difíceis e, acima de tudo, muito amor. E o que quem amamenta mais precisa, muitas vezes, é de alguém que escute sem julgar, acolha sem pressionar e esteja por perto sem invadir. Apoiar não é cobrar perfeição. É reconhecer o esforço, respeitar as escolhas e oferecer presença.
A campanha Cada Gota Importa também convida organizações, profissionais da saúde e a sociedade em geral a se juntarem a essa rede de apoio, lembrando que incentivar o aleitamento materno é uma responsabilidade de todos.
No site, é possível acessar cartazes, posts, capas para redes sociais e outros materiais que ajudam a divulgar essa causa e mostrar, todos os dias, que apoiar quem amamenta muda vidas.
Porque cada momento de escuta importa. Cada gesto de apoio importa. Cada gota importa.
¹Fonte: Ministério da Saúde (MS)/Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus)/Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan).